quarta-feira, 21 de março de 2012
Amanhecendo-me
Observando a gota que anunciava o orvalho; esperando a chamada do raio de sol para anunciar a nova manhã; passando a tarde sem nada muito relevante a fazer a não ser caçando distração mental; e a noite, ouvindo músicas depressivas ou reflexivas, repetindo o ciclo vicioso sem nem sentir a liquidez do tempo e das relações com todo esse descaso involuntário vindo da alma.
Dizer que é uma questão de desistência de viver, é mentira. É uma desistência de se preocupar com o que não está sendo benéfico agora ~e nem nunca foi~; olhar pra dentro de mim e sentir o que é preciso ficar e o que é preciso sair. As vezes nem sei quais são essas coisas... na verdade, nada sei. Nunca sei. Essa é a verdade.
E esperando que um dia um ponto de luz venha a me mostrar os motivos pelos quais passo pelo que passo, e tudo aquilo que não passo também.
Aceito a condição de ser inexplicável a minha missão aqui, atendendo apenas o curso natural da vida: cumpri-la.
E eu vi muita coisa passar, muita gente desmoronar, e vi muita gente brilhar também.
E sei que ainda tenho muita coisa para ver, e muita coisa que eu não vou ver.
Que vida estranha.
Meus próprios conceitos as vezes são incompreensíveis por mim mesma, minhas escolhas são desfaceladas por minhas próprias mãos que as fizeram, minhas concepções são esmagadas pelo senso comum.
Mais uma voz a se calar em dados momentos.
E eu vi, mais uma vez, a chegada da manhã.
Dessa vez, sem orvalho, sem raio de anunciação, sem aurora.
Será sempre assim?
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